São Paulo – Episódios de racismo são recorrentes no Brasil – alguns vêm à tona, mas a grande maioria não. O caso mais recente aconteceu no último fim de semana, após um menino de 8 anos ser expulso da calçada de uma loja da grife Animale, na Rua Oscar Freire, em São Paulo, por uma funcionária do próprio estabelecimento.
O pai da criança, um americano erradicado no Brasil, Jonathan Duran, por meio de relato no Facebook, fez um desabafo afirmando que "em certos lugares em São Paulo, a pele do seu filho não pode ter a cor errada".
Em nota, a Animale, por sua vez, disse que "repudia qualquer ato de discriminação e o evento está sendo apurado internamente". Para Duran, o posicionamento chega a ser frustrante.
"A loja quer colocar toda a culpa na funcionária, dando a impressão que esse tipo de situação não acontece da porta para dentro", afirmou o estrangeiro em entrevista à EXAME.com.
Segundo Duran, ele e sua família nunca havia vivido nada semelhante, por isso, em um primeiro momento, o choque com a situação foi inevitável. "Mas até esperávamos que um dia pudesse acontecer", disse.
Processar a grife ainda não foi totalmente descartado por Duran, que na próxima semana encontrará representantes da marca para discutir a situação. "A severidade da lei é até razoável neste tipo de situação no Brasil, mas dá trabalho e pode expor ainda mais a criança", afirmou o americano.
Para Duran, divulgar o fato é um de seus objetivos, uma vez que sua história pode servir como exemplo para que episódios como esse não voltem a acontecer.