O Editor

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Fábulas

Lá na casa da minha avó, todo mundo tinha apelidos. A maioria deles era em função de alguma coisa semelhante, que fazia meu avô encabeçar a lista dos apelidadores. Meu tio atiçava a gana da molecada com os apelidos, e retribuía ao líder da nomeação vulgar, com a mesma receita, um apelido a ele também.
Em uma ocasião, onde foi a célebre de uma estória, na casa de uma comadre de minha avó.
Era uma casa, que havia um casal, Sebastião e Nhana, e o filho Joaquim. Era uma família privilegiada, não tinha muita gente, e toda despensa era a benefício de Joaquim e seus pais.
Uma vez, quando fora cidade, comprara pela primeira vez um queijo amarelo, muito diferente dos queijos frescos. Diante da novidade, Joaquim, não se contentara somente com um pedaço, quase comeu toda peça de mais ou menos dois quilos. Somente sobrara 1/12 da peça. Isso foi no sábado. No dia seguinte, a comadre recebeu nossa avó, comadre, que era uma família grande, ela e mais seis filhos.
Como Joaquim era exibido, filho mimado, não demorou muito para dar acessos de publicidade. Então, começou a pedir a mãe, aquilo que estava guardado. Todo mundo ficara curiosos de saber o que era, afinal, o que era aquilo que estava guardado?
Nhana, comadre de minha avó, repreendia Joaquim para ficar quieto, isso eram mais ou menos, umas duas horas da tarde, já que minha avó vinha de um lugar que dava mais ou menos uma hora de caminho.
Joaquim ficou furioso pelo fato da mãe ignorá-lo. E insistentemente, diante de todos começara a pedir aquilo. Nhana respondia aquilo o quê? E recomeçava o papo com a comadre, e Joaquim ficava cada vez mais bravo, e toda a hora, insistentemente pedia aquilo.
Lá pelas três horas, comadre fez pipoca, bolinhos de chuva, com moqueca de abóbora e chuchu, leite e manteiga. Joaquim, inconformado com a situação, não queria comer nada, e disse em bom tom (Gritou).
- EU NÃO QUERO NADA, EU QUERO QUEEEEEIJO!!!
Todo mundo assustados, com o gesto de Joaquim, Nhana desapontada com o mau gesto do filho, tomou a seguinte atitude. Mas antes pensou.
Se eu der o queijo para o Joaquim, todo mundo vai ficar com lombriga, pelo fato do queijo ser amarelo, queijo da cidade. E mais, se eu fizer isso, Joaquim jamais será o mesmo, sempre será esse menino mimado e chorão.
Então, comadre foi até ao armário, e Joaquim sorrindo, olhando para todo mundo de satisfação de ver seu pedido sendo realizado. Como era só um pedaço, que era mais ou menos umas duzentos gramas, dividiu em sete pedaços, mais ou menos, umas vinte e oito gramas para cada um, e deixou Joaquim sem nada.
E Joaquim se pos a chorar e a espernear. Alguns foram solidários com Joaquim em oferecer a sua parte para ele, mas Dona Nhana, deu ordens a todos, que Joaquim deveria saber quem mandava naquela casa, e que ele era apenas um hóspede ilustre que estava em sua casa.
Todo mundo comeu o queijo da cidade, com pena de Joquim, e isso era exemplo na casa da minha avó, mas apenas era um exemplo.
Como estávamos dizendo, existia uma prima, neta da minha avó, que tinha as características de Joaquim, lá da comadre. Éramos só a gente chegar, ela já contava tudo o que tinha na geladeira, e minha avó ficava brava com as atitudes de Joaquim, para nós era festa, pois a metade dos presentes já havia comido aquilo que estava guardado e a outra metade ficava curiosa para saber o que era.
Como era a casa da minha avó, todo mundo saboreava aquilo que estava guardado, alarmado por Joaquim. “Joaquim”, alcunha de minha prima, foi chamado por muito tempo por esse vulgo.
Estórias e Fábulas. Jesuel